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  • Foto do escritorJuliana da Paz

Carta para ninguém

Imagino-me por sobre seu corpo... Entrelaçando nas minhas as tuas mãos. A casa tem um telhado com telhas de cerâmica que nos protege e nos refresca, absorvendo o calor dos nossos corpos febris a 37.3 ºC, equalizados entre minha temperatura e a sua. Conversamos sobre aleatoriedades que, quando saem de nossas bocas, parecem imprescindíveis. Sua voz ao meu ouvido vem junto com o boombox da caixa toráxica onde habita seu coração, não sei ao certo, se no seu ou no meu corpo.

Imagino-me e estou lá. Estendendo meus braços pintados sobre sua pele bordada de cores que cheiro e mordo. Nada mais é necessário para ser feliz e satisfeita. Durmo ali. Acordo com os acordes do vento que lhe levou, feito nuvem que choveu e me molhou, mas lambendo-me as orelhas enfia ainda mais profunda sua voz cérebro a dentro para nunca mais deixar de falar comigo cotidianamente. E assim foi para sempre!


Juliana da Paz

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